Os cristãos e a pandemia
Os
cristãos buscam a Deus certamente por suas promessas de algo sempre melhor do
que o que vivemos, estamos passando ou que é imutável por nossas capacidades
humanas. Superação da dor, tristeza, solidão, carência material, enfim qualquer
situação fora do que contempla a dignidade humana, quando se coloca sob a
amorosa providência divina. A doutrina cristã e a própria Bíblia nunca negaram
a ação sobrenatural e poderosa posta a serviço do bem humano por parte de Deus
e também sempre por sua iniciativa. O que acontece em muitos casos é a
ignorância, em vários sentidos, dos mandamentos como resposta ao projeto de
libertação que se busca com tanta ânsia.
Desde
o Gênese a ação poderosa do Criador vem acompanhada de instruções, ensinamentos
e mandamentos sobre como, em sua liberdade, as pessoas deveriam conduzir suas
vidas pela melhor via. Deus, gratuito e benevolente, não deixa de conceder o
melhor de sua graça a todos, mas avisa que podemos desperdiçar esta graça em
consequência de nossas atitudes contrárias ao que ensina. Não é somente uma lei
positivada mas, de fato, uma orientação de vida equilibrada e feliz. Isso
mostra que Deus nos deu consciência e responsabilidade sobre o que realizamos
como indivíduos, como comunidade de fiéis e como seres humanos livres.
Cristo,
que se fez servo por amor ao Pai e pelos que ele ama, revelou por completo o
amor do alto, que de nada será útil às pessoas se elas também não refletirem
este amor: não sentimento, mas atitude consciente de desejar o bem de Deus e do
próximo.
Nesta
pandemia, com certeza o poder infinito será nosso socorro, quando a ação e a
capacidade humana mostram-se inferiores ao que estamos enfrentando, dado o
sofrimento e as mortes testemunhadas. Porém, a ciência, nunca inimiga da fé e
sim fruto da graça divina concedida aos homens e mulheres, e diante da qual a
fé não pode se colocar prepotentemente, mas aceitar sua colaboração e
especialidade, nos ensina como podemos preservar o máximo de vidas possível.
Quem tem consciência e humildade, como discípulo de Cristo, deve sim continuar
confiando na providência do alto, com orações e preces, mas também tem atitudes
a tomar, tanto conforme as orientações científicas como por seu discipulado:
suportar o isolamento social sem se deixar cair no egoísmo ou no medo;
conscientizar outras pessoas com o desejo de preservar vidas; exigir das
autoridades responsáveis a sua ação pelo bem da sociedade; lembrar-se daqueles
que sempre foram abandonados e serão ainda mais por causa do desespero social; buscar,
no Espírito Santo, a criatividade necessária para contornar os limites
impostos.
Nada
muda naquilo que foi oferecido para formar a consciência e a fé dos que se
fazem cristãos. As exigências, sim, sempre mudam, e aparecem com novos desafios
para a fidelidade de quem deve, como o apóstolo Paulo, saber viver na
abundância e na pobreza, no conforto e na tempestade. Que não seja necessário
aos cristãos negar aquilo que lhes foi deixado, nem se encontre motivo para
agir de forma contrária ao que é sua missão: ser, por Cristo, sal da terra e
luz do mundo.
Projeto Memória da
Pandemia nas Alagoas
Coordenação
Luiz Sávio de Almeida
e José Carlos Silva de Lima
O blog pode concordar
ou não, em parte e no todo, com a matéria publicada
Nosso objetivo é
deixar um painel diversificado sobre a pandemia nas Alagoas