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segunda-feira, 22 de junho de 2020

ELIANA CUSTÓDIO. O novo normal pós-pandemia: O que podemos assimilar de positivo?


                        
 O novo normal pós-pandemia: 
  O que podemos assimilar de positivo?

Eliana Custódio 

Jornalista, editora de texto, social media, gestora e sonhadora. Criadora do blog suahistorianarede.com que surge com a proposta de contar histórias de superação, ações de pessoas que fazem a diferença na vida de outras pessoas e atitudes individuais ou coletivas para a construção de um mundo melhor. Para que essa semente cresça e floresça, vamos juntos semear. Basta enviar seu relato para suahistorianarede@gmail.com.
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 Instagram @suahistorianarede
Instagram @elianacustodiojornalista


A pandemia mundial da Covid-19,  que já matou no Brasil 45.456 pessoas até a primeira quinzena de junho, forçou a humanidade a uma mudança de hábitos: o isolamento social fez-se necessário para evitar a contaminação e a disseminação do vírus principalmente para pessoas inseridas no grupo de risco: idosos e portadores de doenças crônicas. Agora, quem precisa sair de casa o faz munido de máscaras, álcool em gel e nos ambientes públicos mantem a distância de 1,5 metros das outras pessoas.
Estes hábitos passaram a configurar o novo normal. E momentos de tanta incerteza são também uma oportunidade para que saibamos ressignificar valores, atitudes, convivências, sentimentos. É o que explica a psicóloga clínica Jaciane Brandão, especialista em transtornos mentais. Em função do isolamento social, ela mudou o seu modo de trabalho -  que passou de presencial para on-line - e, mesmo assim, viu os atendimentos crescerem em 50%: “As pessoas se comunicavam comigo assustadas dizendo que estavam sentindo os sintomas da doença, mas era tudo psicológico”, explicou.
Convivo em casa com minha mãe idosa (79 anos) e no início da pandemia ela teve um comportamento que oscilou entre a ansiedade, o medo e a tristeza por estar longe das colegas e do culto da igreja que frequentava. Percebi que práticas diárias de  assistir ao noticiário toda noite e abrir mensagens frequentes em WhatsApp sobre novos casos e óbitos afetavam mais ainda seu estado de espírito. Comecei a filtrar as comunicações e a auxiliá-la em atividades como bordado, renda e até exercícios físicos. A mudança foi visível e tem contribuído para que minha mãe vivencie este momento atual com menos tristeza.
E quais são os sinais em que soa o alerta para procurar ajuda psicológica? “Quando as pessoas apresentarem sintomas de insônia, irritabilidade, mudança no apetite (falta ou excesso) e muita ansiedade”, esclarece a especialista, que tem identificado esse comportamento mais em idosos e em adolescentes que se sentem isolados do convívio com os grupos aos quais pertencem. Para minimizar os sintomas de ansiedade, algumas dicas são assistir bons filmes, leitura, se exercitar mesmo em casa vendo vídeos no YouTube ou em lives e – para os mais religiosos – ler a bíblia e assistir cultos, missas, palestras on-line. Dá até para aprender uma atividade manual, um artesanato, tudo de graça, nas plataformas on-line.
E por conta do desemprego gerado pela pandemia, muitas pessoas estão mesmo redescobrindo talentos adormecidos. Dados do Portal do Empreendedor mostram que no mês de maio aumentou em 18,5% o número de novos microempreendedores em Alagoas, em comparação com o mesmo período do ano passado. “É uma oportunidade para buscarmos o autoconhecimento, descobrir novos talentos e até estreitar a comunicação com familiares, um exercício que exige paciência, diálogo e afeto”, explica Jaciane. Que possamos então nos reinventar na profissão, nos afetos, no olhar para o mundo!


Esta matéria foi encaminhada através da Professora Evelina Oliveira, a quem agradecemos pela gentileza da colaboração.

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