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sábado, 6 de junho de 2020

Christina Vasconcelos. Uma vida e o ballet



















Uma vida e o ballet
Christina Vasconcelos

Reprodução de material publicado em Campus/O Dia em agosto de 2015

Dois dedos de prosa

Este é o nosso segundo texto sobre o ballet em Alagoas e traz o depoimento de uma pessoa que o vive em profundidade, desde os tempos de sua mãe: Emília Vasconcelos, de quem, na realidade, herda uma escola e a eleva a uma das principais em nossa Maceió.
Ao lado da excelência como escola de ballet, a sua escola devota um projeto à talentos da baixa renda e à pessoas com Síndrome de Down. Pela importância que teve e tem no desenvolvimento do ballet em Alagoas, Campus traz este depoimento e o reparte com seus leitores.
Sávio Almeida

Cristina Vasconcelos, alagoana, diretora do Ballet Emília Vasconcelos. Bailarina, professora e coreógrafa. Iniciou seus estudos e interesse pelo ballet com sua mãe. Fez curso de aperfeiçoamento clássico com os professores Emílio Martins (RJ), Norma Lílian (DF) e Eduardo Sucena (SP). Especialista em sapateado pela Academia do TAP, no Rio de Janeiro e Nino Geovanete, mestre em sapateado.  Aperfeiçoamento em jazz com Carlota Portela, Rio de Janeiro.  Participou de festivais de dança com a Cia. de Ballet Emília Vasconcelos em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Campina Grande. Foi responsável por trazer para a academia a remontagem de grandes repertórios do ballet no mundo, como Quebra Nozes, Dom Quixote, Paquita e Copélia. Premiada no Festival de Dança Engidan, no Rio de Janeiro e no Festival de Campina Grande como o melhor Ballet de Alagoas. Professora responsável pela formação de aluna aprovada para fazer parte da Escola Ópera de Paris e por profissionais que atuam no estado de Alagoas atualmente.


Uma vida e o ballet
Christina Vasconcelos

Eu poderia começar esse texto falando sobre minhas experiências no cenário artístico daqui de Alagoas, mas não. Vou começar agradecendo o convite do professor Sávio Almeida, a quem eu admiro muito como ser humano e profissional, para escrever um pouco a respeito das minhas memórias sobre o ballet. Foi um pedido que logo me emocionou, afinal, são 45 anos respirando essa dança que eu teria que colocar em um papel. Falar do ballet é contar uma história de vida que começou na minha infância e me fez despertar para o lado artístico. Sim, o ballet é uma arte e é essa arte que respiro todos os dias da minha vida.

Eu lembro do meu primeiro espetáculo, a minha fantasia, a música e até do frio na barriga que se apoderou de mim quando eu estava para entrar no palco. Tudo isso já não existia mais quando eu comecei a dançar. Poderia ter mil pessoas na plateia, palco ou em qualquer outro canto, mas, para mim, só existiam três coisas: eu, a música e a dança. Tudo parecia um sonho. Subir ao palco, encarar o público e perceber cada melodia da música. Ali era o início do meu despertar como bailarina.

         Foram anos com o ballet em minha rotina. Eu já dançava há muito tempo, já era bailarina avançada, quando, finalmente, comecei a ensinar. Com a notícia que eu iria ser professora, veio a responsabilidade e o dilema entre seguir a minha carreira na área em que me formei ou largar tudo e abraçar o ballet. No início eu tive receio, pois uma professora da universidade me incentivava muito a seguir carreira acadêmica em Literatura. Mas a vocação falou mais alto e o desafio também era algo que me motivava a superar limites e arriscar.


Eu não assumi uma turma simples. Era o babyclass, que estava sendo introduzido pela primeira vez aqui no estado pela minha escola. Ou seja, teria que ensinar àquelas meninas de três anos que o ballet não era apenas uma dança, mas uma responsabilidade que trazia em si disciplina e organização. E o melhor disso tudo é que, junto com elas, eu tive sucesso e fui amadurecendo profissionalmente. E apesar de já ser bailarina experiente, junto com aquelas crianças também crescia uma nova versão minha. Junto com elas desabrochava uma bailarina professora, uma professora bailarina.

         Para minha surpresa, não parou por ali. Os anos foram passando, as responsabilidades foram aumentando junto com as turmas que eu ensinava. Já não era mais só o babyclass. As meninas das turmas intermediárias também eram minhas alunas. As perguntas das alunas também começaram a ficar mais elaboradas. Foi aí que eu senti a necessidade de viajar e fazer cursos de aperfeiçoamento. Era a hora de aprender mais!

         Com o coração ansioso, cheguei ao Rio de Janeiro para fazer aulas na escola de Carlota Portela, importante professora de Jazz, formada pela Academia Internacional de Dança em Paris. Conhecer o trabalho dela de perto era um grande sonho, saber como ela direcionava uma aula, conhecer os tipos de exercícios que ela utilizava no centro, na diagonal. Ela focava muito no jazz americano, que era o que eu desejava seguir.  Foi nesse momento que conheci a minha mais nova paixão. Além de fazer aulas de ballet, frequentei as aulas de jazz também. Nunca saía da escola sem assistir aulas de outras turmas, afinal, era preciso aperfeiçoar os passos e saber corrigir com precisão cada aluna minha.

         Voltando para Maceió eu vi como a escola tinha crescido. A televisão brasileira, através da novela Dancing Days, começava a focar em personagens que faziam dança. Através desse  incentivo, a cultura do ballet foi disseminada, aumentando o interesse das meninas por essa arte.  O número de alunas havia multiplicado de uma forma assustadoramente incrível e eu sentia que era o momento de colocar em prática todo conhecimento adquirido fora do Estado de Alagoas, que, à época, só dispunha de 2 escolas de ballet.

Era a hora de aumentar a responsabilidade mais uma vez. Eu precisava ajudar a minha mãe, que até então ensinava as alunas avançadas a coreografar. Foi então que eu comecei a assumir a coreografia das minhas alunas e vi que coreografar era muito mais que dançar. Era um processo de criação que envolvia muito mais responsabilidade e criatividade. Foi assim que eu descobri um jeito muito peculiar de coreografar, que com o passar do tempo ficou muito simples. Antes de tudo eu preciso me apaixonar pela melodia, para depois inserir os passos técnicos da dança na música. Tudo precisa estar em perfeita harmonia para o bailarino conseguir passar emoção para o público. Essa criação, particularmente, não tem hora e nem momento. Algumas vezes consigo criar em plena aula; outras vezes preciso me isolar para as coisas saírem exatamente como eu quero.


         Em meio a toda essa procura e euforia pelo ballet, vem o susto: o Teatro Deodoro estava fechado para reforma, sendo a única casa de espetáculos em Maceió. Foram períodos críticos para quem necessitava do teatro. Não tinha onde expor todo o trabalho de um ano. Era muito difícil fazer as apresentações em lugares que não ofereciam qualquer condição. Foi aí que veio outra ideia: vamos trazer os nossos grandes mestres do ballet para a nossa escola. Essa ideia funcionou muito bem. As alunas, que até então estavam tristes porque não tinha um local ideal para dançar, foram se empolgando cada vez mais com os novos professores que estavam fazendo “intercâmbio”. Veio a bailarina clássica Norma Lílian, de Brasília; logo depois trouxemos os professores Emílio Martins e Marilda Azevedo, ambos do Rio de Janeiro. Todos profissionais internacionalmente conhecidos na área de dança. Até hoje nós fazemos questão de trazer pessoas de fora para reciclar o conhecimento das meninas e o meu também. Orgulho-me de fazer parte da escola que mais trouxe professores convidados.

         Com a reabertura do Teatro Deodoro, a boa fase voltou. Voltamos também a apresentar os espetáculos anuais, que são um grande estímulo para as bailarinas, que estavam muito motivadas. Com a estabilidade na escola, eu me senti mais tranquila para voltar ao Rio de Janeiro. Dessa vez para realizar outro sonho, onde contei com ajuda de dois profissionais a quem eu sou grata até hoje: professor Emílio Martins e professora Marilda Azevedo. Eles me levaram para a melhor escola de sapateado do Rio, e o resultado foi uma grande identificação com essa modalidade de dança. Tive oportunidade de conhecer Berry, coreógrafo da Rede Globo, com quem fiz várias aulas de sapateado. Como sou muito desligada, não percebi que fazia aula com as Paquitas da Xuxa, precisei da minha irmã para reconhecer as meninas em uma das aulas que ela foi assistir.

Apesar de todas essas novidades, voltar para Maceió foi muito mais fácil. Tinha alguém que precisava de mim: Dudu, o meu primeiro filho. A saudade dele e a vontade de introduzir aulas de sapateado na escola me trouxeram correndo. E, como eu já imaginava, a novidade foi um grande sucesso. A procura pelo sapateado foi maior do que eu imaginava.

         Com o sucesso vem a responsabilidade. Comecei a trabalhar os três horários do dia. Tinha horas que eu achava que não era possível mais ficar em pé. Respirar plié e dormir pensando em tendu todos os dias me deixava exausta, mas ao mesmo tempo eu ficava feliz. Quando eu escutava que a aula havia sido boa, todo o cansaço desaparecia como mágica.

       
  Cada um dos meus alunos sempre foi único. Era um desafio para  mim descobrir cada um deles, suas necessidades, seus medos, seus sonhos. Eu conhecia cada gesto, cada sorriso, cada movimento. Para mim não importava a quantidade de alunos numa sala de aula, mas a conexão que eu procurava estabelecer com cada um, individualmente. O que eu sempre procurei foi passar para eles que o ballet clássico requer empenho diário e dedicação em transformar seu corpo e possibilitar que ele realize movimentos difíceis, que inclusive desafiam a gravidade. Também não podemos esquecer que o ballet é uma arte e, como toda arte, tem o dom de encantar. Cada passo, cada compasso corresponde a uma interpretação, um sentimento e um desempenho artístico.

         Após alguns anos, quando a academia já estava solidificada e eu achava que já estávamos equilibrados, a vida me mostrou o contrário mais uma vez. A academia tinha crescido junto com a quantidade de alunos e só a unidade do Farol já não estava dando conta. Era a hora de amadurecer a ideia de abrir uma filial, só não sabia aonde.

         Depois de muito planejar, em 1996 nasceu o ballet da Ponta Verde. Como o novo assusta, eu fiquei assustada em alguns momentos. Tive aquela insegurança inicial que não durou muito tempo. Com dois anos de história, nossa escola já contava com mais de 300 alunas. Eram várias meninas para administrar, algo que demandava muito tempo do meu dia. Nessa época eu já era esposa, mãe e profissional, o que por muitos anos exigiu muita dedicação e tempo meus.

        
Quando tudo já estava calmo e as minhas crianças já não eram tão crianças assim, eu decidi que precisava ajudar outras pessoas. Foram meses pensando no que eu poderia fazer, até que surgiu a ideia do projeto social no ballet. Nós já tínhamos 3 alunas bolsistas na escola. Acompanhando o desenvolvimento delas pude perceber o quão a dança estava fazendo diferença na vida daquelas crianças. Se antes eu já tinha vontade de desenvolver um projeto social, aquelas alunas me incentivaram ainda mais. Era muito gratificante poder contribuir, de alguma forma, para a realização do sonho de algumas meninas.

         Esse projeto, que foi pioneiro nas escolas particulares da cidade, contou com a parceria da TV Pajuçara, responsável pela divulgação. Inicialmente a ideia era disponibilizar 30 bolsas integrais de estudo no Ballet.  No entanto, no dia da seleção fomos surpreendidos com a imensa procura, o que nos fez aumentar o número de bolsas, fechando em 60 alunos. Fiz a seleção, busquei patrocínio para as fardas do ballet e ministrei as aulas voluntariamente.

Esse novo universo foi um desafio porque, como professora do ballet, até aquele momento, eu nunca havia convivido com uma realidade tão diferente e difícil. Eu passei a não ser apenas professora, mas a ser procurada pelas mães para ajudar algumas crianças que enfrentavam dificuldades escolares; passei a ser procurada por alguns alunos que chegavam para a aula com fome ou com dificuldades financeiras que os impediam de pegar o transporte até o ballet.

Foi um envolvimento emocional que tomou conta de mim e me fez querer buscar novas formas de ajudar aquelas crianças. E foi assim que passamos a direcionar parte do lucro do ballet para investir nesse projeto. Não era justo deixarmos de fazer mais por alunas que estava se dedicando arduamente em prol da dança.  Por isso fomos em busca de parcerias, que em nosso estado era e ainda é muito difícil. Mas nada vence o esforço, por isso conseguimos investir em transporte, médicos e dentistas para essas crianças. E como essas conquistas eram gratificantes para todos nós.

O mundo do ballet poderia ser mais fácil para quem tem uma melhor condição financeira, mas nem por isso ele precisava ser impossível para essas crianças que tinham um sonho, do coração à ponta dos pés. Realizar esse sonho era o nosso maior objetivo. Era necessário e fazia-se urgente diminuir a distância entre essas duas realidades sociais tão distintas. O universo glamouroso da dança parecia tão distante para algumas meninas, que só queriam que alguém acreditasse na intensidade dos seus sonhos.  Nós conseguimos encurtar distâncias sociais; conseguimos quebrar paradigmas e hoje, tantos anos depois do despertar desse sonho, nos sentimos gratificados em saber que ainda existem crianças desse projeto em nossa escola, bem como atuais professoras e bailarinas que foram descobertas através desse projeto social.

Além disso, tive a ideia de criar uma turma específica para crianças portadoras da Síndrome de Down. Inicialmente havia uma dúvida entre montar uma nova turma ou colocá-las nas turmas já existentes. Decidimos criar a turma específica e acompanhar o desenvolvimento das meninas. Foi um desafio para a escola e para mim, como professora. Mas o trabalho que fizemos com essas crianças foi muito gratificante e, após 3 anos, elas já estavam prontas para serem integradas às turmas convencionais. Algumas chegaram, inclusive, a fazer aula de ponta.

 Existe um fato nesse contexto que eu sempre me emociono ao relembrar: havia um hábito meu de sinalizar a entrada dessas crianças no palco, no momento do espetáculo. Um certo dia eu me distraí e não sinalizei para uma aluna. Quando lembrei e fui buscá-la, para surpresa minha ela já estava dançando e na saída me disse: “tia, viu que eu entrei sozinha? Sou uma bailarina”. Isso me emocionou muito. Era a certeza de que havíamos feito um lindo trabalho, quebrando preconceitos e mostrando que a dança é uma arte que está ao alcance de todos e, além de toda a sua beleza, ainda desenvolve o lindo papel de integrar e unir as diferenças.

         Outra coisa que é bom pontuar é a criação da Cia de Dança Emília Vasconcelos. Depois de notar muito empenho e evolução dos alunos, vi que eles mereciam uma atenção maior. Foi aí que a ideia da Cia surgiu. Foi feita uma seleção dos melhores alunos da escola e tentamos dar mais responsabilidades para eles, que seriam o cartão de visita da escola. O grupo selecionado passou a frequentar a escola 3 vezes por semana e a fazerem aula com uma visão mais profissional como, por exemplo, estudo de repertórios clássicos, uma visão mais ampla do que a aula convencional de ballet, noções de sequências de barra, trabalho de alongamento específico e direcionado para profissionais, além do maior compromisso com disciplina e assiduidade. Vale ressaltar que esse grupo não era formado por bailarinos profissionais, ou seja, eles não recebiam nenhum retorno financeiro para fazerem aquilo.

A dedicação era resultado de muito amor pelo ballet. E o que muito me orgulha é saber que conseguimos, com esse pouco tempo de Cia., formar profissionais que atuam em outras escolas de ballet da capital, além de termos conseguido inserir, nessa Cia., alunos do projeto social que ainda permanecem recebendo apoio e patrocínio da escola.  Viajamos muito com a Cia de Dança,  mas o momento mais importante foi receber o prêmio de melhor grupo daqui do estado, já no início da existência dele. De 78 grupos de dança, nossa academia levou para casa três troféus do primeiro Encontro de Ginástica e Dança (Engydança), no Rio de Janeiro. Débilis, Vivaldi e Cansões, que foi um espetáculo criado pelo professor Emílio Martins e montado por mim.

         Durante esses 35 anos que estou à frente da escola, montei diversos espetáculos de dança e posso citar alguns que me deixaram mais emocionada em realizá-los. Retalhos de um Brasil, por exemplo, contou com a presença do coreógrafo Heron Nobre, que estava no auge de sua carreira, contando com várias premiações e convites para festivais. Esse espetáculo retratava a história do Brasil, desde a colonização até os tempos atuais.

Outro espetáculo que me tocou bastante foi Penedos, o último trabalho da Cia.  Foi uma homenagem à professora Vera Romariz. Estudei alguns poemas e coreografei aqueles que mais me tocaram, sempre unindo o poema à música. Penedos é uma obra do ballet moderno, que buscou promover uma experiência de integração entre poesia e dança.

Outros espetáculos que marcaram a minha trajetória foram Vida, A Casinha da Vovó, Divertissent, Celebração, Disney, Peter Pan, Uma Noite em New York, Os Brinquedos Encantados, É hora de brincar, A Fabulosa viagem a Oz, Broadway Tunes, entre outros. Além dos repertórios clássicos como Quebra Nozes, Paquita, Don Quixote e Coppélia.

         Quando eu vejo os meus alunos no palco sentindo o que eu senti lá no começo da minha carreira, é uma resposta de que sim, eu fiz o certo. São vários anos de espetáculos montados, coreografias pensadas, estudadas e elaboradas, muitas vezes exigindo de mim uma dedicação exclusiva, abrindo mão de noites e finais de semana. Ver o teatro lotado é sem dúvida nenhuma a minha recompensa. E não é só a recompensa de um ano de trabalho, mas de toda uma vida voltada para a dança aqui em Alagoas.
        
Hoje, com a maturidade adquirida ao longo do tempo e com a experiência que o ballet me trouxe, fico me perguntando se tudo valeu a pena. A resposta é clara: sim, valeu. Valeu a pena por ter seguido os passos da minha mãe, que me inspirou desde a minha infância; valeu a pena pelos mais de 3 mil alunos que formei e que ajudei a realizar sonhos; valeu a pena por cada espetáculo, por cada criança que subiu ao palco ao longo de todos esses anos; valeu a pena por cada sorriso dos pais, que eram, junto comigo, realizadores daquele sonho. Valeu a pena por tudo que conquistei, mas sobretudo por tudo que ajudei outras pessoas a conquistarem. Quando a gente faz o que ama, a realização supera qualquer parâmetro financeiro. Realização tem muito mais a ver com o legado que deixamos, com as memórias que adquirimos e com as marcas positivas que deixamos em alguém. O ballet foi um divisor de águas na minha vida, foi a realidade transformada em realização pessoal e profissional.

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