Meus
dias de distanciamento social: seus benefícios e suas contradições
Lysia
Clarissa Dantas de Santana
(Graduada
em Ciências Contábeis e Funcionária Pública Municipal)
Pandemia / Pandémiea / Pandemile
Nos
dias atuais, em plena era da informação, seria inconcebível imaginar que as
pessoas seriam aconselhadas e, até mesmo obrigadas, a permanecerem em suas
residências, para a proteção de sua saúde, da saúde de seus familiares, como
também, da comunidade como um todo. Conforme publicação da revista Caros Amigos
(2013:10) tem-se que “são cada vez mais complexos os desafios da
humanidade...”
E são mesmo. No contexto atual, a
população está diante de um dos mais complexos desafios desses tempos:
preservar a saúde física e mental, diante de uma pandemia, que vem crescendo
dia após dia. E isso consiste, exatamente, em
permanecermos em nossas casas,
afastados de nossa rotina diária, dos nossos trabalhos, da família e dos
amigos.
Aliado a isso, temos que ter
consciência de que estamos diante de um sistema de saúde fragilizado e
despreparado para atender aos casos mais graves de manifestação da doença,
provocada pelo chamado “coronavírus”.
Outro ponto que merece ser destacado
como um grande desafio, é o da manutenção do emprego e da renda das pessoas, diante
da proibição de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, dos mais
variados setores da economia.
E isso se estende também ao setor
público. Empresas fechadas não geram Receitas de Vendas de Produtos e/ou
Serviços e, consequentemente, não recolhem os tributos incidentes sobre tais
operações, por exemplo.
Isso implica dizer, que a
arrecadação de impostos, necessária à manutenção da atividade financeira do
Estado, diminuirá, afetando a todos nós. Com a diminuição da arrecadação
advinda de impostos, faltarão recursos para a saúde, para a educação, para a
assistência social, dentre outras ações necessárias à manutenção dos serviços
públicos e de utilidade pública. Podendo, inclusive, prejudicar o pagamento dos
salários dos servidores, situação que, sem sombra de dúvidas, causa preocupação.
Em relação aos meus dias de distanciamento social, a minha rotina foi
mudada consideravelmente. Mas também ao ficar em
casa por mais tempo, passei a ler mais, a refletir sobre diversos assuntos, a
prestar atenção nas pequenas coisas, como também, comecei a ficar mais
preocupada com tais questões de saúde pública, torcendo para que essa situação
acabe o quanto antes.
Passei
a utilizar com frequência as redes sociais, seja por motivo de trabalho, uma
vez que as atividades laborais estão sendo desenvolvidas de casa, seja para
estabelecer contatos com familiares e pessoas amigas que se encontram,
fisicamente, distantes de nós.
Contudo, é importante esclarecer, que ao se
prolongar o tempo de distanciamento, ainda que para a preservação da saúde de
todos, é inegável que os indivíduos comecem a sentir o “isolamento” com maior
intensidade, podendo ficar mais entristecidos, gerando quadros de ansiedade e
depressão para os que tem essa predisposição.
Assim, diante do exposto, desejo que
esse quadro de pandemia seja
controlado e chegue ao fim por completo, restabelecendo a normalidade dos nossos dias, para que possamos, sem restrições, estar próximos
de quem gostamos. Afinal de contas, apesar dos mais modernos recursos de
comunicação existentes, nada substitui um forte e verdadeiro abraço.
Referências
O
Brasil da Inovação/coordenação Anai Nabuco – São Paulo
Editora Caros Amigos, 2013
Esta série tem por objetivo
publicar depoimentos sobre como se pensa e se lida com o Corona em
Alagoas. Está aberta a toda e qualquer
pessoa, de qualquer tendência. É uma documentação organizada, sobretudo, para
um futuro estudioso de como a epidemia foi vista e vivida em Alagoas. O
material será publicado paulatinamente
no suplemento Campus do jornal O Dia. Está sendo organizado por Carlos Lima, Mestre em
História pela Universidade Federal de Alagoas e Luiz Sávio de Almeida. O blog
pode discordar de parte ou do todo da matéria publicada.