domingo, 10 de maio de 2020

Joaquim de Almeida Mariano. Um beijo para minha avó numa manhã de pandemia. Memória da pandemia nas Alagoas


Um beijo para minha avó numa manhã de pandemia

Joaquim de Almeida Mariano

Eu tenho três mães: é uma felicidade! Uma é a mãe do meu pai e que está no céu. Eu não a conheci. Outra é minha avó Rorró, que é alucinada por mim. Eu adoro ela e não vou ver também. Minha avó faz tudo o que eu quero e segundo a mãe que me teve, ela e o Rorrô e o meu tio Tité, me estragam. 

 Eu adoro ser estragado por eles; tem hora que eu rio de me acabar com as doidices da minha mãe Rorró, montada em um cavalo de pau horrível, que ela me deu de presente. Desde que eu nasci, que a Rorró caduca comigo; me dá comida, cozinha para mim, me dá banho, me veste.

                Eu sou louco pela Rorró. Não pode haver pessoa no mundo melhor do que ela para mim, a não ser a minha Mamãeeee, com quem vou passar o dia das mães.  É a primeira vez que a mamãe passa longe de Rorró. Se nós não fôssemos muito felizes, seria um dia muito triste, mas a saudade não apaga a felicidade.  

                Rorró, eu adoro e preciso da senhora: se cuide.

                O presente de seu neto para a senhora, é um beijo de espantar virus.

                Feliz Dia das Mães, Rorró!

                Um beijo do seu neto, Joca.