quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Luiz Sávio de Almeida. Propriá: sua igreja e chaminés

   Quarta-feira, 24 de julho de 2014  San Francisco River, Propriá City

Propriá:  sua igreja e chaminés
Luiz Sávio de Almeida
 
   As fotos foram tiradas durante a Opara ou Racha II. Propriá sempre me chamou a atenção por alguns fatos simples. O primeiro deles é o lamento absolutamente triste e gemido de Luiz Gonzaga em um baião que fala da Rosinha que ficou em Propriá.  Outro é mais família:  é lá que se encontra enterrada a minha avó Adelaide,  mãe  de meu pai.  É vizinha do Cedro, onde havia uma famosa carne do sol. E finalmente, recordo uma cachaça que tomei em Porto Real do do Colégio.

   Era meninote. Minha mãe foi até Arapiraca, passar o Natal com a vovó Dondon, que morava na casa da Tia Lurdes. O casal aproveita e vai visitar a velha Adelaide.  Pelo que me  recordo, ainda não havia a ponte ligando Alagoas e Sergipe e que seria tão reclamada pelo povo do Penedo. Já estava construído o hotel que  ficava  perto da estação de Colégio.  Tomamos dois quartos. Lembro dos banheiros estarem imprestáveis e o cheio nauseabundo que assumia os ares. 

   Meu pai e minha mãe tomam uma canoa. Preferi ficar. E fiquei e emburaquei na cachaça e o resultado foi quase uma coma alcoólica, e quem sabe não  estive. Lembro de vomitar sem parar com o rosto quase dentro da latrina imunda.  Barbaridade. Propriá me olhava do outro lado, rindo sem parar. Pela segunda vez: barbaridade.

   


Aqui está a famosa ponte numa péssima fotografia. A ponta da canoa se intromete e um pequeno ramalhete de baronesa desce devagar. A baronesa desce. O rio às vezes leva um balsedo para o mar. É um belo espetáculo.





Eis a estranha vista da cidade com as torres sem proporção e sem harmonia.  A sujeira domina a beira desta praia. Um velho ponto comercial em evidência, foi um restaurante. Hoje está completamente abandonado. Já almocei várias vezes aí. Do lado direito, nas noites de sexta a domingo, funciona a vida boêmia da cidade.






Aqui, aparecem os espigões das chaminés, tempo das beneficiadoras de arroz, que foram sumindo com a mudança do arroz de vazante.









Aí está a lateral da igreja. Sou fascinado pelo prédio que se encontra à esquerda. Nada entendo. Apenas acho bonito. Gosto de ver, mas de longe.