quinta-feira, 23 de abril de 2020

Memória da Pandemia nas Alagoas (IV): Lysia Clarissa Dantas de Santana. Meus dias de distanciamento social: seus benefícios e suas contradições




Meus dias de distanciamento social: seus benefícios e suas contradições
Lysia Clarissa Dantas de Santana

(Graduada em Ciências Contábeis e Funcionária Pública Municipal)
Pandemia  / Pandémiea / Pandemile
                    Nos dias atuais, em plena era da informação, seria inconcebível imaginar que as pessoas seriam aconselhadas e, até mesmo obrigadas, a permanecerem em suas residências, para a proteção de sua saúde, da saúde de seus familiares, como também, da comunidade como um todo. Conforme publicação da revista Caros Amigos (2013:10) tem-se que “são cada vez mais complexos os desafios da humanidade...”
            E são mesmo. No contexto atual, a população está diante de um dos mais complexos desafios desses tempos: preservar a saúde física e mental, diante de uma pandemia, que vem crescendo dia após dia. E isso consiste, exatamente, em   permanecermos em nossas casas, afastados de nossa rotina diária, dos nossos trabalhos, da família e dos amigos.
            Aliado a isso, temos que ter consciência de que estamos diante de um sistema de saúde fragilizado e despreparado para atender aos casos mais graves de manifestação da doença, provocada pelo chamado “coronavírus”.
            Outro ponto que merece ser destacado como um grande desafio, é o da manutenção do emprego e da renda das pessoas, diante da proibição de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, dos mais variados setores da economia.
            E isso se estende também ao setor público. Empresas fechadas não geram Receitas de Vendas de Produtos e/ou Serviços e, consequentemente, não recolhem os tributos incidentes sobre tais operações, por exemplo.
            Isso implica dizer, que a arrecadação de impostos, necessária à manutenção da atividade financeira do Estado, diminuirá, afetando a todos nós. Com a diminuição da arrecadação advinda de impostos, faltarão recursos para a saúde, para a educação, para a assistência social, dentre outras ações necessárias à manutenção dos serviços públicos e de utilidade pública. Podendo, inclusive, prejudicar o pagamento dos salários dos servidores, situação que, sem sombra de dúvidas, causa  preocupação.
            Em relação aos meus dias de   distanciamento social, a minha rotina foi mudada consideravelmente. Mas também ao ficar em casa por mais tempo, passei a ler mais, a refletir sobre diversos assuntos, a prestar atenção nas pequenas coisas, como também, comecei a ficar mais preocupada com tais questões de saúde pública, torcendo para que essa situação acabe o quanto antes.
Passei a utilizar com frequência as redes sociais, seja por motivo de trabalho, uma vez que as atividades laborais estão sendo desenvolvidas de casa, seja para estabelecer contatos com familiares e pessoas amigas que se encontram, fisicamente, distantes de nós.
             Contudo, é importante esclarecer, que ao se prolongar o tempo de distanciamento, ainda que para a preservação da saúde de todos, é inegável que os indivíduos comecem a sentir o “isolamento” com maior intensidade, podendo ficar mais entristecidos, gerando quadros de ansiedade e depressão para os que tem essa predisposição.
            Assim, diante do exposto, desejo que esse quadro de pandemia seja controlado e chegue ao fim por completo, restabelecendo a normalidade dos nossos dias, para   que possamos, sem restrições, estar próximos de quem gostamos. Afinal de contas, apesar dos mais modernos recursos de comunicação existentes, nada substitui um forte e verdadeiro abraço.


Referências

O Brasil da Inovação/coordenação Anai Nabuco – São Paulo
       Editora Caros Amigos, 2013

Esta série tem por objetivo publicar depoimentos sobre  como se pensa e se lida com o Corona em Alagoas.  Está aberta a toda e qualquer pessoa, de qualquer tendência. É uma documentação organizada, sobretudo, para um futuro estudioso de como a epidemia foi vista e vivida em Alagoas. O material será publicado  paulatinamente no  suplemento Campus do jornal O Dia. Está sendo  organizado por Carlos Lima, Mestre em História pela Universidade Federal de Alagoas e Luiz Sávio de Almeida. O blog pode discordar de parte ou do todo da matéria publicada.